A prática adequada da Análise Aplicada do Comportamento (ABA) é fundamentada pelas dimensões descritas por Baer, Wolf e Risley (1968). Elas possibilitam que a intervenção siga uma base teórica segura e científica.
Primeiramente, deve-se observar a aplicação dos comportamentos-alvo na vida em sociedade. A terapia deve priorizar um repertório socialmente relevante de acordo com as necessidades mais imediatas do indivíduo, com resultados mensurados estritamente pela esfera comportamental, a capacidade de ação do paciente com o auxílio da terapia, cuja influência no comportamento é determinante no sucesso da intervenção.
A demonstração do controle exercido é verificada através de uma análise meticulosa utilizando, em um número limitado de vezes, duas possíveis técnicas: reversão ou linha de base múltipla.
A reversão consiste em, após clara estabilidade, alterar ou interromper temporariamente a variável experimental. É esperado que o comportamento enfraqueça, sendo assim, deve-se observar a recuperação deste com a reintrodução da variável, sinalizando a eficácia da intervenção. Na técnica de linha de base múltipla, dados de diferentes comportamentos do cliente compõem a linha de base e a variável experimental é aplicada em um comportamento por vez assim que há alteração observável de cada um. Outro fator determinante para o sucesso da terapia é a generalidade do comportamento, isto é, sua durabilidade e emissão fora do ambiente clínico.
Bem como os aspectos práticos da intervenção, é fundamental a sua descrição tecnológica. Para que seja considerada como tal, deve contemplar todos os detalhes técnico-teóricos (conjunto de contingências) e procedimentais, estabelecendo a correlação conceitual com a análise do comportamento.
Em suma, a ABA é descrita pelo seguinte conjunto de características:
Por Maria Paula Wunderlich
Referências:
Baer, D. M.; Wolf, M. M. & Risley, T. R. (1968). Some current dimensions of applied behavior analysis. Journal of Applied Behavior Analysis, 1 (1), 91-97.
MATOS, Maria Amélia. Análise funcional do comportamento. Estudos de Psicologia (Campinas), [S.L.], v. 16, n. 3, p. 8-18, dez. 1999. FapUNIFESP (SciELO).
