Emergir para o mundo: chegada da adolescência para filho com autismo inspira mãe a compartilhar experiências
“Não é fácil um diagnóstico desse, é uma bomba que cai”, afirma a empresária Micheli Pires, mãe do Davi, hoje com 11 anos. Quando ele
Para quem não conhece o Currículo, PEAK é um programa de avaliação e intervenção que foi desenvolvido para ensinar linguagem e cognição a indivíduos com autismo e outras deficiências, sempre levando em consideração as características individuais de cada pessoa. Um dos focos do PEAK é trabalhar linguagem, cognição e flexibilidade. Selecionamos as principais informações que você precisa saber a respeito desse currículo, pois à medida que ele se torna mais complexo, o desenvolvimento das habilidades torna-se cada vez mais sofisticado.
Currículo baseado em evidências desenvolvido pela Dra. Elizabeth Laugeson, da Universidade da Califórnia, para crianças, adolescentes e jovens adultos com déficits em comunicação, consciência e engajamento social. Seu objetivo é ensinar habilidades sociais relevantes para a vida do indivíduo, focadas em relacionamentos: amizades, namoro, conflitos, rejeição. O currículo desenvolve o ensino das habilidades dividindo cada uma em passos concretos, mostrando os erros comuns e criando regras válidas para cada uma. Entre as habilidades abordadas estão: procurando e encontrando bons amigos e parceiros românticos, habilidades de conversação, comunicação eletrônica, uso apropriado do humor, reunião com amigos, encontros, lidando com conflitos e rejeição.
O Módulo Funcional LIFE contém 250 habilidades para intervenção que são divididas em quatro fatores de complexidade de execução. Ademais, as habilidades contidas em cada fator também são divididas entre cinco domínios de conteúdo distintos. O que resulta dessa bifurcação pode ser conceitualizado como uma rede na qual qualquer habilidade específica pode ser ordenada no LIFE.
Para determinar como cada potencial habilidade do currículo LIFE seria organizada, uma série de analistas do comportamento licenciados, professores e clínicos práticos foram solicitados a revisar o potencial conteúdo para o módulo e inicialmente organizá-los em duas categorias diferentes: “relevante para ser incluída” ou “irrelevante”. A definição utilizada para a inclusão de uma Habilidade Funcional foi:
Habilidade Funcional: As habilidades funcionais da vida são compostas por várias topografias de comportamento que são necessárias para um indivíduo completar suas tarefas diárias e, como objetivo final, adquirir autonomia. As áreas de uma habilidade funcional incluem habilidades sociais (interagir com os outros, consciência de que estranhos não são totalmente confiáveis e comunicação), habilidades de cuidado pessoal (manter higiene pessoal, se vestir e tirar a roupa sozinho, ir ao banheiro), habilidades de execução (coordenação motora básica em controle operante, mobilidade e consciência do ambiente), habilidades de lazer (interagir com brinquedos comuns e individualizados, trabalhos manuais e hobbies), e habilidades domésticas (utilizar itens domésticos comuns, eletrodomésticos, tarefas, manutenção e organização).”
Todos os potenciais itens ordenados como “funcionais” pela maioria dos avaliadores foram então classificados em um dos quatro fatores: essencial, fundamental, independência e liberdade. Para ajudar nesta tarefa, as definições operacionais resultantes foram usadas:
Habilidades Essenciais: as habilidades essenciais são compostas por topografias básicas expressivas, receptivas e desempenho que satisfazem necessidades biológicas e de segurança. Elas incluem habilidades de sustento próprio (comer, beber, se vestir, comunicação básica), segurança (evitar o perigo, pedir ajuda, seguir orientações visadas a segurança) e movimentos motores sob controle operante (reagir ao ambiente, se locomover, construção com blocos).
Habilidades Fundamentais: as habilidades funcionais são compostas por topografias que promovem maior adaptação em casa e na comunidade. Elas incluem habilidades domésticas básicas (usar o microondas, trancar a porta), habilidades básicas de autocuidado (lavar o rosto, colocar o pijama para dormir), habilidades de lazer (usar um controle remoto, jogos de tabuleiro, aplicativos) e habilidades sociais básicas (demonstrar empatia, chamar outros para sair, jogar com os outros).
Habilidades de Independência: as habilidades de independência são compostas por topografias que empoderam, constroem autonomia em relação aos cuidadores em todos os domínios da vida. Elas incluem habilidades avançadas de autocuidado (arrumar o cabelo, escovar os dentes, depilação), habilidades domésticas independentes (elaborar lista de compras, seguir receitas, trocar uma lâmpada), habilidades generalizadas de lazer (engajamento em um hobby individual, se exercitar, navegar na internet) e habilidades sociais avançadas (mandar mensagens, fazer compras em uma loja, ligação telefônica).
Habilidades de Liberdade: as habilidades de liberdade são compostas de topografias que promovem contentamento e valores. Elas incluem habilidades avançadas de lazer (tocar instrumentos musicais, escrever posts em um blog), habilidades domésticas avançadas (manutenção fora de casa, administrar finanças pessoais), e habilidades sociais individualizadas (conversas pequenas, usar as redes sociais).
Dentro de cada fator acima, ainda há uma grande variabilidade de tipo de habilidade. Algumas habilidades podem representar cuidados pessoais essenciais como ir ao banheiro, mas também habilidades sociais essenciais como encerrar eventos não preferenciais. Como resultado, cada fator mencionado acima que compõe o LIFE também possui possui áreas de domínio que incluem: execução, cuidado pessoal, social, do lar e lazer. As definições operacionais deste domínio são:
Execução: Atividade motora, podendo variar desde rastejar, correr, pular corda, subir em uma escada, até sequenciar o desempenho de forma eficiente e identificar itens que compõem partes separadas.
Autocuidado: Manter os cuidados consigo e aprimoramento pessoal. Os itens podem variar desde usar o banheiro, tomar banho e arrumar o cabelo até fazer as malas para viajar e aplicar habilidades básicas de primeiros socorros.
Social: Engajamento dentro da comunidade social. Os itens podem variar de cumprimentar os outros, responder perguntas básicas e manter conversas coerentes a chamar amigos para sair e usar as redes sociais.
Casa: Tarefas relevantes para a vida dentro de casa. Os itens podem variar desde abrir e fechar janelas, aspirar o chão e selecionar recicláveis a preparar comida seguindo receitas e administrar as próprias finanças.
Lazer: Maximizar o potencial de uma alta qualidade de vida. Os itens podem variar desde desenhar, usar aplicativos e jogar jogos de tabuleiro a interagir com pets e agendar reservas em restaurantes.
O Socially Savvy é um manual usado como ferramenta de avaliação, monitoramento e guia de intervenção para o treino de habilidades sociais, dividido em 7 grandes áreas: atenção compartilhada, brincar social, autorregulação, social/emocional, linguagem social, comportamento de sala de aula/grupo, linguagem social/não verbal. Essas categorias, por sua vez, são divididas em unidades menores, que representam cada uma um comportamento específico referente a uma habilidade social.
O Teach Me Language é um protocolo projetado para ensinar linguagem para aprendizes com autismo e outros transtornos do desenvolvimento relacionados. É um manual com passo a passo de “como fazer” com instruções, explicações, exemplos, jogos e cartas que auxiliam nas dificuldades da linguagem comum às crianças com distúrbios. É baseado em métodos profissionais de fonoaudiologia desenvolvidos especificamente para ensinar aprendizes com autismo e distúrbios relacionados as habilidades de linguagem que eles necessitam na escola e na vida. As áreas-alvo incluem linguagem social, conhecimentos gerais, gramática e sintaxe, conhecimento funcional, expressão escrita e conceitos acadêmicos baseados na linguagem, como sequenciamento, resolução de problemas, tempo e dinheiro. Os aprendizes que se beneficiam são aprendizes visuais. Os exercícios do Teach Me Language abrangem frases de uma e duas palavras a frases mais complexas e depois para a construção da base de uma conversa.
O protocolo AFLS inclui protocolos de avaliação diferentes que avaliam habilidades funcionais, práticas e essenciais da vida cotidiana. Além de uma avaliação, o AFLS ajuda a rastrear e monitorar o progresso de soluções que permitem que as habilidades avaliadas sejam rastreadas para o progresso ao longo dos anos.
Entre as habilidades, podemos citar: habilidades básicas da vida; habilidades domésticas; habilidades de participação na comunidade; habilidades escolares; habilidades vocacionais.
Habilidades básicas da vida: São avaliadas como funciona o autocuidado, as formas de manter a higiene, rotinas e habilidades básicas de comunicação.
As habilidades avaliadas no Protocolo de Avaliação de Habilidades Básicas de Vida devem ser consideradas um pré-requisito para qualquer programa de habilidades funcionais.
Entre as atividades, inclui: autogerenciamento, comunicação básica, como se vestir, toalete, higiene, saúde, segurança e primeiros socorros e rotinas noturnas, autogerenciamento, comunicação básica, como se vestir, toalete, higiene, saúde, segurança e primeiros socorros e rotinas noturnas.
Habilidades domésticas:
Esteja morando com os pais ou sozinho, o autista precisa treinar as habilidades necessárias para viver em uma casa. Por isso, ajuda a criança ou jovem a preparar suas refeições em casa, tarefas de limpeza, lavar roupas, por exemplo.
Habilidades de participação na comunidade:
A participação na comunidade começa com o aprendizado de atividades do dia a dia. É o caso de ensinar a atravessar a rua, usar transporte público, fazer compras no mercado e ir ao restaurante.
A capacidade de contar o tempo e usar conceitos relacionados ao tempo, marcar e manter compromissos, usar um telefone e outras habilidades para ajudar os alunos a permanecerem conectados e interagirem com outras pessoas também são avaliadas. Além disso, também avaliam-se a forma como lidam com o dinheiro.
Habilidades escolares:
Esta avaliação abrange todos os níveis etários de educação: ensino fundamental, ensino médio, ensino médio, faculdade. Por isso, considera o nível de desenvolvimento do indivíduo em relação a linguagem, comportamento e habilidades cognitivas.
Além disso, também avalia: como é a estrutura da sala de aula, a rotina e expectativas, refeições na escola, habilidades sociais, recursos tecnológicos, conhecimentos adquiridos.
Habilidades vocacionais
Este protocolo ensina habilidades essenciais a alunos que se preparam para ingressar no mercado de trabalho ou àqueles que já estão trabalhando, mas desejam desenvolver habilidades.
Além disso, abrange habilidades relacionadas à busca de um emprego e preparação para entrevistas. Também avalia as relações com colegas de trabalho e conhecimentos específicos.
“Não é fácil um diagnóstico desse, é uma bomba que cai”, afirma a empresária Micheli Pires, mãe do Davi, hoje com 11 anos. Quando ele
A adolescência é uma fase desafiadora, com muitas demandas sociais. Com os hormônios “à flor da pele”, há maior tendência à rebeldia e questionamentos, potencializados no adolescente com
A prática adequada da Análise Aplicada do Comportamento (ABA) é fundamentada pelas dimensões descritas por Baer, Wolf e Risley (1968). Elas possibilitam que a intervenção